1971 01 A morte de Bill W.

“Sempre eloquente, Bill continuou tão capaz como sempre de aferrar-se a uma causa em voga. Ao longo dos anos, o timbre da sua voz havia mudado muito pouco; em 1968, entretanto, quem prestasse atenção notaria que sua respiração havia-se tornado notoriamente curta. Seu hábito de fumar havia sido um problema durante anos…

Não se sabe ao certo quando Bill descobriu que estava com enfisema pulmonar. Em 1961, ele pediu à Conferência de Serviços Gerais que fosse feita uma provisão para Lois, no caso de morrer antes dela…”.

No começo de setembro de 1970, Bill estava completamente prostrado na cama. Em novembro nunca desceu ao andar térreo. Nesse novembro, Lois leu sua mensagem de despedida durante seu jantar de aniversário; nesta mensagem Bill parafraseou o comprimento árabe que lhe tinha sido enviado por um membro. Escreveu a todos AAs: “Eu vos saúdo e dou graças pelas vossas vidas”.

Em janeiro de 1971, o Dr. Ed, o médico que estava permanentemente em contato telefônico com a família, decidiu que o Instituto do Coração de Miami podia ser capaz de fazer alguma coisa por Bill, já que tinha um novo aparelho para respirar que poderia ajuda-lo e decidiu levar Bill de volta a Miami. Um velho amigo alugou um avião Lear Jet e o Dr. Ed voou desde Miami para acompanhar Bill na sua volta.

Nell, a secretária que havia ouvido Bill aconselhar um número incontável de pessoas, utilizou agora suas próprias palavras para consolá-lo. “Mantenha-se firme”, dizia, e Bill respondia apertando sua mão.

O avião chegou a Miami ao cair da tarde e Lois estava quase exausta. Às oito da noite, depois de jantar e de que Lois houvesse voltado ao quarto de Bill para se despedir, Nell e ela retiraram-se aos seus quartos contíguos no hotel Holiday In, ao lado do Instituto. Bill estava cômodo e alegre quando Lois o deixou.

Era 24 de janeiro, data do 53º aniversário do casamento de Lois e Bill acontecido em 24 de janeiro de 1918, antes de Bill partir para a Primeira Grande Guerra. Bill morreu às 11:30h daquela noite.

O obituário de Bill apareceu na primeira página do jornal New York Times na Terça-feira dia 26 de janeiro. As Tradições não fazem referência ao anonimato póstumo e o nome completo de Bill, com sua fotografia, foi apresentado com destaque num artigo que ocupou uma página.

No dia 27 de janeiro houve um serviço comemorativo privado em Stepping Stones. A oração de São Francisco, a favorita de Bill, ecoou através das arvores que rodeiam a casa: “Ó Senhor! Faze de mim um instrumento de Tua Paz; onde há ódio, faze que eu leve o amor; onde há ofensa que eu leve o perdão; onde há discórdia que eu leve a união; onde há dúvidas que eu leve a fé; onde há erros que eu leve a verdade; onde há desespero que eu leve a esperança; onde há tristeza que eu leve a alegria; onde há trevas que eu leve a luz!

Oh! Mestre! Faze que eu procure menos ser consolado do que consolar; ser compreendido do que compreender; ser amado do que amar. Porque é dando que se recebe; é perdoando que se é perdoado; é morrendo que se vive para a Vida Eterna. Amém”.

No Escritório de Serviços Gerais – ESG, imediatamente depois da morte de Bill, deixaram de chegar as queixas de costume. Toda a combatividade e os apelos ao ESG para apaziguar disputas locais cessaram completamente. Durante um período de aproximadamente seis meses houve uma sensação de reorganização.

Em 5 de maio, depois que a terra em Vermont havia degelado, os restos de Bill foram sepultados no jazigo da família no cemitério de East Dorset. A lápide é simples, do mesmo mármore branco que seu pai tinha retirado da pedreira para os edifícios e monumentos da Cidade de Nova York. Está enterrado junto a Clarence, seu tio Griffith que “legou” a Bill seu violino.

Na lápide está escrito: “William G. Wilson, 18951971“. Há uma pedra ao pé do túmulo onde se lê: “Vermont, 2D LT BRY C66 ARTy CAC, Primeira Guerra Mundial. 26 de nov. 1895 – 24 de Jan. 1971“.

Não há nenhuma menção a Alcoólicos Anônimos.

Leia algumas destas passagens no capítulo 25 e no Posfácio do livro “Levar adiante”

– Junaab, código 118.

CAHist – Comitê de Arquivos Históricos da Junaab