As vendas da primeira impressão da primeira edição foram dolorosamente baixas. Levou quase dois anos para vender todas as 4.650 cópias contratadas à gráfica. O fato de que o subtítulo do livro era “A História de Como Mais de Cem Homens se Recuperaram do Alcoolismo” trouxe dúvidas à sociedade de que isso fosse possível – até então, era inconcebível que um viciado pudesse se recuperar e, muito menos entender aquela condição – não como um vício, mas como uma doença. Então, em primeiro de março de 1941, a The Saturday Evening Post a mais popular revista daqueles dias, com tiragem de mais de três milhões de exemplares, circulou com um artigo muito favorável sobre A.A. onde o jornalista investigativo Jack Alexander, após uma pesquisa minuciosa em todo o país (EUA) relatou naquele artigo intitulado “Alcoólicos Anônimos – Escravos libertos da bebida, agora libertam outros”, que, realmente, dos alcoólicos que haviam se juntado à Irmandade desde seu início em junho de 1935, indicando, “Como é impossível desqualificar todos os candidatos que se apresentam, a porcentagem de recuperação não chega a 100%. De acordo com estimativas de A.A., cinquenta por cento dos alcoólicos filiados recuperam-se quase imediatamente: vinte e cincos por cento melhoram após uma ou duas recaídas e o restante permanece em dúvida. Este índice de sucesso é excepcionalmente elevado…”, escreveu Jack – (veja o artigo completo no livreto “O Artigo de Jack Alexander” – Junaab, código 228).
Depois da publicação do artigo, o escritório de Nova York foi inundado com consultas a respeito da Irmandade e seu programa de recuperação e conseguiu vender todos os exemplares existentes no estoque. Já naquele mesmo mês de março, foi feita a segunda impressão com tiragem de 5.000 cópias. No início desse ano, 1941, a Irmandade contava com 2.000 membros; no final desse mesmo ano já contava 8.000 membros. Embora sem fatalismos, talvez não fosse aquele inspirado artigo, Alcoólicos Anônimos poderia aos nossos dias. Dessa maneira, o texto deste artigo merece o mesmo destaque para o entendimento do pioneirismo da Irmandade que o próprio Livro Azul, assim como no acervo da literatura de A.A. dos Grupos.
A história por trás deste artigo começa quando o proprietário do The Saturday Evening Post, o juiz Curtis Bok, soube da existência de A.A. através de dois amigos. Teve interesse em que o Post contasse a história da organização e chamou um conhecido jornalista de The Saturday Evening Post, Jack Alexander, para fazê-lo.
Bill W., cofundador de Alcoólicos Anônimos, ansioso por divulgar a mensagem de A.A., reuniu-se com Alexander. Deu a ele acesso aos documentos de A.A., ofereceu um tour pelos lugares de interesse de A.A. e acertou entrevistas com os Custódios não alcoólicos da Fundação do Alcoólico e com os Custódios membros de A.A.
A correspondência que mantiveram Jack Alexander e Bill W. no início de 1941 é uma mostra do entusiasmo que era sentido diante da expectativa da publicação do artigo. No dia 4 de janeiro de 1941, Alexander escreveu a Bill W. e lhe enviou o manuscrito do artigo para que Bill o lesse. Em 6 de janeiro, na resposta de Bill, pode ser apreciado o entusiasmo pela publicação do artigo. Bill escreveu: “Eu gostaria de ser capaz de expressar adequadamente o sentimento de gratidão que cada um de nós sente por você e por Saturday Post, pelo que está próximo a acontecer. Não pode imaginar o alívio direto de tanto sofrimento que chegará ao seu fim graças à sua caneta e aos seus bons editores”. Extraído de: https://www.aa.org/es/the-story-behind-Jack-Alexanders-article
CAHist – Comitê de Arquivos Históricos da Junaab
Junta de Serviços Gerais de Alcoólicos Anônimos do Brasil – JUNAAB
Rua Padre Antônio de Sá, 116 Tatuapé São Paulo – SP – CEP 03066-010
aa@aa.org.br
Segunda a Sexta – 08:00 às 17:30
+55 (11) 3229 – 3611