1937 09 Florence R. – a primeira mulher em A.A.

Florence R. juntou-se às reuniões celebradas pelos pioneiros de A.A., então todos homens brancos, na casa de Bill W e Lois, no Brooklin, Nova York, em 13 de setembro de 1937, na mesma época em que o Dr. Bob e Bill contabilizavam 40 membros repartidos entre Akron e Nova York e aventavam a possibilidade de escrever um livro sobre o programa e as experiências que os levaram a conseguir a sobriedade. O livro -Alcoólicos Anônimos, começou a ser escrito em maio de 1938 e foi publicado em abril de 1939. Embora a participação de mulheres e outras minorias no movimento não fosse bem aceita no início, como descreve o Capítulo XIX do livro “Dr. Bob e os Bons Veteranos”– Junaab, código116, a presença de Florence e sua conquista da sobriedade fez com que na definição da futura Irmandade feita no Prefácio da primeira edição constasse: “Nós, de Alcoólicos Anônimos, somos mais de cem homens e mulheres que nos recuperamos de uma aparentemente irremediável condição mental e física…”.Esta definição e o artigo que Florence escreveu para aquela edição do livro–”Uma Vitória Feminina” tornou a Irmandade universal e, embora a aceitação da diversidade não tenha sido fácil nos primeiros tempos, a inclusão de qualquer pessoa alcoólica de qualquer condição tem sido o padrão da Irmandade. Mesmo assim, foi necessária a criação de alguns Grupos de interesses específicos para que, realmente, qualquer pessoa, mesmo, pudesse participar das reuniões sem ser importunada pelas diferenças minoritárias.

Assim, em junho de 1941, foi formado em Cleveland o primeiro Grupo conhecido de mulheres em A.A… Mulheres em Nova Iorque, Minneapolis, Salt Lake City e San Diego seguiram seu exemplo. Nessa época, a proporção de gênero entre os membros era de seis homens e uma mulher. Atualmente, conforme a última pesquisa regular sobre os membros realizada em 2014 na estrutura EUA/Canadá, a proporção é 62% homens e 38% mulheres(1).Estes Grupos de mulheres abriram caminho para outros Grupos de interesses específicos, como os de jovens, idosos, homossexuais, médicos, advogados e outros profissionais(2).A existência destes Grupos Especiais, desde que não excluam outros alcoólicos, foi reconhecida pela Conferência de 1977, como sendo Grupos de A.A. abrigados pela Terceira Tradição, longe da discussão, portanto, de qualquer proposta excludente em uma Conferência, enquanto a integridade daquele texto persistir e recomenda a sua inclusão nas listas regulares de reuniões e eventos de A.A.(3).

Em 14 de fevereiro de 1964, foi organizada em Kansas City a Primeira Conferência Nacional da Mulher em A.A. e a sua aceitação foi tão positiva que se transformou em permanência anual e posteriormente em Internacional (4). A data para sua celebração anual foi fixada no fim da semana que tem o dia 14 de fevereiro porque esse o dia de São Valentim, dia dos namorados em vários países do hemisfério Norte, além de ser uma pausa bem-vinda na depressão de inverno. O emblema desta Conferência é um coração e seu lema permanente, “Aqui se Fala a Linguagem do Coração”. Nessa sequência, entre os dias 11 e 14 de fevereiro de 2016 foi celebrada a 52ª Conferência Internacional de Mulheres, em Norfolk, Virgínia (5).

(1) https://www.aa.org.br/wp-content/uploads/2024/03/sp-48-membershipsurvey.pdf
(2) https://www.aa.org/es/aa-timeline
(3) https://www.aa.org.br/o-que-sao-os-grupos-especiais-de-a-a-porque-sao-necessarios/
(4) http://www.internationalwomensconference.org/
(5) https://www.aagrapevine.org/get-involved/events/2016-02-11/52nd-international-womens-conference

CAHist – Comitê de Arquivos Históricos da Junaab